terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Viva o forró!!!


O termo "forró", segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, estudioso de manifestações culturais populares, vem da palavra "forrobodó", de origem bantú (Tronco linguístico africano, que influenciou o idioma brasileiro, sendo base cultural de identidade no brasil escravista), que significa: arrasta-pé, farra, confusão, desordem.
A versão mais verossímil, apoiada pelo historiador Câmara Cascudo, é a de que forró é derivado do termo africano forrobodó e era uma festa que foi transformada em gênero musical, tal seu fascínio sobre as pessoas.
Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é frequente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi construída uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Natal do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa cidade.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

chuva e samba

Hoje estive no Mercado Cultural no centro da capital de Rondônia. Era por volta de quinze horas, cheguei encharcada de chuva, de desejos, de sede, de fome...de quê? Boa pergunta!
O fato é que estar entre as fotos antigas, o samba calado e calmo de alguns boêmios com seu velho violão me faz também ter uma certa nostalgia. Do que foi bom, alegre, cômico. Lembrei sem querer do meu querido francês na sala de vidro excluso de sons aviltantes, dos acordos e desacordos linguísticos entre os doutores. Alguns telefonemas, fofocas, notícias boas, más, gente que entra, sai, joga dama, estuda uma colossal apostila para concursos, bebe, come, ri, canta. Está aí dentro do bar uma réplica de Porto Velho, onde o remoto e o atual se confundem, em que as falas destoam, embora na mesma língua. A chuva passa, agora posso ir embora, agradecida por uma rica tarde de terça-feira.

domingo, 2 de outubro de 2011

Porto Velho

‎97 anos de Porto Velho. Brasileiros de todas as regiões e estrangeiros de mais de 30 países compõem a diversidade etnocultural desse pedaço da Amazônia. Essa mistura de raças e culturas me conquistou. Aprendi a ter um carinho especial pelo rio Madeira, sobretudo no momento mais lindo: o pôr do sol! Vivo a deleitar-me nos sabores portovelhenses, beirando o centenário, muitos desmandos, como é de se esperar, mas com muitas possibilidades de crescimento. Nesta manhã de domingo, com um clima agradável (p variar dos dias tórridos) registro meu apreço a essa cidade q me acolheu, fonte de minhas mais saborosas pesquisas de mestrado, pois desse celeiro de miscigenação fiz meu mais doce objeto de pesquisa. Parabéns Porto Velho!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece.



Clarice Lispector

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Fronteira Brasil-Bolívia


As fronteiras são lugares de conflitos, de miscigenação, de vivências de novas culturas, de diversidade e preconceito linguístico.
Fronteira Brasil-Bolívia 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

‎"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

terça-feira, 17 de maio de 2011

A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade e querer com mais doçura.


Lya Luft

sexta-feira, 15 de abril de 2011

 Aqui vamos nós
Foi um encontro perfeito. O sol voltou-se a nossa cena, seus raios foram ourives do nosso momento. Não haviam nuvens naquela hora primeira da tarde, que balbuciava sem uma nova e avassaladora paixão.  Paixão. Eis o verdadeiro combustível que nos foi necessário, não de forma cristalizada, mas a cada dia uma nova dose, longas doses, doces doses...
Olhares que reluzem um brilho interior potente e elétrico, esse olhar... Ah! Esse olhar! Bastou uma vez. Fiquei inebriadamente seduzida. Houvesse milhões a me olhar, foi somente aquele que me penetrou.
Suas formas, curvas, fortes, vibrantes, agressivas, exageradamente maior que pequenos cálices de liberdade. Os cálices foram bebidos a pequenos e grandes goles, vorazmente tomados com intrepidez, robustez, calma, sons de guitarras eletricamente enlouquecidas, acompanhados de melodia suave e constante.
Sentir! Sentir a toque minucioso, o paulatino encontro da dupla, completando-se. Fortalecendo-se. Ora aquietando-se, ora extremado pelo vibrar das correntes da ventania sendo vencida com intrepidez e ardor.
Há que se lembrar das dores. Sim,  dores. Dissabores que pareciam perpassar os ossos, corroer o íntimo desejo de estar junto. Arrependimento? Fim? Não. Recomeço! Como uma paisagem que o tempo muda, assim as maus dias também se esvaíram, ficaram lembranças, lições e cicatrizes. Muitas cicatrizes.
Aliás, porque paixões plenas permitem frestas abertas por onde entram as dores e tomam toda a casa? Deveriam sim, fechar as portas ao que não é belo, bom e nobre.  Não concordo. É bom que venham tempestivas ocasiões, para termos a audácia de levantar de novo, de retroceder para avançar mais uma vez, de vencer as curvas, frenagens quando necessário, mas estugar quando a estrada da vida permite, de curar as cicatrizes, mesmo que estas sejam superadas por outras inda maiores, e ainda assim se forem maiores, valeu cada minuto, cada lágrima, cada riso, cada montanha ultrapassada, cada ponte que foi utilizada para ligar nossos mundos. As cicatrizes? Estão bem guardadas no álbum de recordações de uma vida intensa e plenamente vivida.
Eu decido dar a partida. A largada depende unicamente de você. É você e seu destino. E seus desejos, e seu poder de controle e dominação por si e pelo outro.  Ir além é o desejo de todos, mas poucos tem a coragem de ligar o motor, percorrer o altiplano do sonho e seguir intransitivamente, sem esquecer-se dos obstáculos, mas rumo impreterivelmente ao seu ponto de chegada. Se não sabe aonde vai, ótimo. Eu sei aonde não quero ir. O restante: aqui vamos nós.
Desacelerar? Às vezes.
Estacionar? Apenas para repor energias, recarregar as baterias.
Seguir em frente? Isso pra mim é viver.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Lago de lágrimas

um dia ela chega
devagarinho
como quem bebe água da fonte
a vão clareando-se as estrelas
e perdem-se nos caminhos de flores
a memórias
os sonhos
os pesadelos
olhar da varanda o cortejo indeterminado
é sempre mais confortável
vislumbrar porém na sala de casa
tem o amargo odor da finitude
o Lago profundo é limitado
e chega ao oceano infinito do ser
já não é mais ele mesmo
sou eu e você
são os secos coqueiros
já não procurados pelos passeriformes
procura-se outro ninho
outro canto
outro alento
outra forma de reter a água
ou de vertê-la
outra fonte...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Quando o cinza de um dia taciturno bate dentro da gente, sentimos uma dor gostosa, como a melodia dos poetas. Num instante sentimos um prazer calmo e solene. Se isso ocorrer com você um dia qualquer, não faça por menos, curta esse dia minuto a minuto, não se envergonhe, nada é ruim se você se enquadra na sua felicidade. Calce a poesia e ande. Paulo Baleki





sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Coisas daqui e dali - Regina Lopes

Coisas daqui e dali - Regina Lopes


EMBRIAGUÊS

Deve- se estar sempre bêbado.
É a única questão.
Afim de não se sentir o fardo horrível do tempo, que parte tuas espáduas e te dobra sobre a terra. É preciso te embriagares
sem trégua.

Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude?
A teu gosto mas embriaga-te.

E se alguma vez sobre os degraus de um palácio, sobre a verde relva de uma vala, na sombria solidão de teu quarto, tu te encontras com a embriaguez já minorada ou finda, peça ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo aquilo que gira, a tudo aquilo que voa, a tudo aquilo que canta, a tudo aquilo que fala, a tudo aquilo que geme. Pergunte que horas são.
E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, te responderão.

É hora de se embriagar !!!

Para não ser como os escravos martirizados do tempo, embriaga-te. Embriaga-te sem cessar.

De vinho, de poesia ou de virtude. A teu gosto...

(Charles Baudelaire)