sábado, 9 de outubro de 2010

Conversando com um nordestino da Paraíba, hoje me deparei com uma pergunta: vc não acha, como professora de Português que é, que meu sotaque é uma deformação da língua?
Logicamente que não, acalmei-o. Isso é próprio de uma língua viva. As diferenças e semelhanças, os pronúncias divergentes, os falares do nosso Brasil, que mesmo sendo uma só nação, tem notória sua heterogeneidade linguística. Não se trata de falar "estranho", trata-se de sermos poliglotas no nossa própria língua. Sendo assim, não deve haver a supervalorização de um padrão em detrimento do outro. A finalidade primeira de língua é fazer-se entender. Não se faz aqui, apologia ao não uso da gramática, mas que não somente ela seja o conteúdo das aulas de Língua Portuguesa, deve-se levar em conta sua gramática internalizada, aquela falada no seio familiar, desde as primeiras palavras. Partir deste ponto para atitudes linguísticas mais complexas, do informal para o formal, do coloquial para a norma padrão. Assim, o aluno chegará na escola, ciente de que falam a mesma língua: a última flor do Lácio , inculta e bela (parafraseando Bilac).

Paz e Bem!

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